quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ressocialização?


Essa palavra está com o significado errado ou ainda não entenderam qual que é o sentido prático dela. No dicionário Pibreram o significado de ressocialização é o ato ou efeito socializar-se novamente. Centro de Detenção e Ressocialização – CDR, esse é o nome que se dá aos pavilhões com celas que abrigam os detentos de nossas cidades, estados e país, mas não quer dizer que o nome faz referência ao que verdadeiramente é. Todo o estado, e posso me estender ao país, mantém os detentos em situações precárias, superlotações não dão o mínimo de dignidade dentro das penitenciárias.

A maioria dos presidiários estão nessa situação por falta de oportunidades como educação, cultura, estrutura familiar e posso ainda afirmar que por ausência e omissão do governo, não só do atual governo, mas efetivamente das políticas públicas de todo país que pouco funcionam e que está “engatinhando” ainda.

Se é Centro de Ressocialização deve levar dignidade acima de tudo, para que no tempo em que estiverem dentro dessas celas tenham esperança de um futuro melhor com uma profissão e com portas abertas; oportunidades. Mas se há descaso, falta de estrutura e de inserção social com cursos profissionalizantes, base e estrutura, não vai haver nunca o envolvimento desse cidadão com a sociedade novamente.


Esses detentos precisam que alguém olhe para o passado deles e vejam alguém que não teve oportunidades, olhem para o presente e mostrem um caminho para que possam seguir um futuro cheio de oportunidades que não tiveram, se isso não acontecer quando os mesmos saírem não vão abandonar o crime, muitos podem voltar para suas casas com o objetivo de permanecerem íntegros, porém se não há oportunidades voltam para o crime.

Dados de 2010 apontam que o Brasil é o terceiro país com maior número de presos no mundo, com 494.598 detentos, atrás apenas de Estados Unidos e China, além de ser um dos com maior superpopulação nos presídios. O número de presos aumentou 37% nos últimos sete anos, o que representa 133.196 novos detentos (no período de 2005 a 2010), segundo um estudo divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do total de presos, 44% corresponde a prisões provisórias de réus que esperam o julgamento na prisão, um volume "excessivo", segundo o órgão.
Sem base e sem oportunidades não há portas abertas, e todos esses detentos vão ter que arrombar portas e voltarem efetivamente para o crime, isso para que possam sobreviver.
Por Bruno Carraro