sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Esclerose Múltipla ataca o sistema nervoso central e deve ser tratada de forma precoce

Só em Londrina mais de 300 pacientes são atendidos no Hospital de Clínicas







Não tem cura, mas tem tratamento. 30 de agosto é o dia nacional de conscientização da esclerose múltipla e pra quem não sabe a doença afeta principalmente pessoas entre 20 e 55 anos de idade. Ela é silenciosa e manifesta-se com problemas na coordenação motora prejudicando alguns movimentos como nos braços e pernas e desenvolve problemas na visão.

A Esclerose Múltipla é um mal crônico que ataca o sistema nervoso central. É acometida por uma pré-disposição genética. A doença é pouco divulgada muitos não realizam o tratamento por ser de difícil diagnóstico.

De acordo com o neurologista coordenador do Ambulatório do Hospital de Clínicas (HC), Dr. Damácio Ramon Kaimen Maciel, o tratamento tardio pode gerar seqüelas irreversíveis.
“Quando não se trata de forma precoce a doença se torna crônica, e todos os pacientes que nós temos hoje que apresentam seqüelas moderadas e graves que estão em cadeira de rodas, são pacientes que demoraram para começar medicação”, alerta o neurologista.
Só em Londrina são 324 pacientes cadastrados que estão em tratamento no HC que se tornou referência no atendimento à doença.

Segundo o neurologista, Ramon Kaimen, a partir da percepção de sintomas como perda de movimentos e visão turva, o médico deve ser procurado para fazer uma ressonância magnética, exame indispensável para o diagnóstico da doença.

A doença não é regenerativa e a partir do tratamento ela se estabiliza segundo Kaimen os resultados são imediatos. “O tratamento é muito rápido, com medicação, depois de 4 a 5 dias ele estará bem”, tranqüiliza o médico.

Dados do Ministério da Saúde apontam que no mundo há pelo menos 2 milhões de pessoas que sofrem de esclerose múltipla. No Brasil, esse número pode chegar a 36 mil pessoas.

Para a presidente da Associação de Londrina para Pacientes com Esclerose Múltipla (Alpem), Célia Bernal, a associação, além de ajudar na alto-estima, facilita para que o governo atenda as leis que protegem os pacientes.

“A Alpem passou a existir porque quando eu comecei a me tratar, não tinha centro de referência no estado, não tinha disponibilidade de medicamentos e os médicos daqui do Paraná não sabiam me orientar e ninguém se importava com ela”, lembrou Célia.

A associação tem uma página no facebook e segundo Célia facilita para pessoas de outras cidades do país vir fazer tratamento em Londrina. Célia descobriu a doença há 16 anos, após perda muscular e sentir muitas dores. 

Já em Andréa Gonçalves, a doença foi diagnosticada três anos após o primeiro surto. “Em 1997 apresentei problemas e durante três anos fui atrás de tratamento, mas os médicos daqui de Londrina ainda não sabiam o que era, ai tive que ir pra Curitiba, São Paulo pra fazer outros exames, os médicos suspeitaram, mas só depois de um novo surto é que foi diagnosticada a doença e assim comecei a fazer tratamento”, explica a instrutora física. 

Há alguns casos que são diferentes. Andréa, em quase 14 anos em tratamento, apresenta algumas debilidades motoras para exercer a profissão.

“Não consigo mais auxiliar os alunos carregando pesos, ou demonstrando exercícios físicos para eles, o meu corpo não agüenta”, complementa Andréa.

Apoio aos portadores da doença

A Associação de Londrina para Pacientes com Esclerose Múltipla – Alpem, atende em média 200 pessoas nos grupos de apoio.

As reuniões com o grupo de apoio da Alpem são realizadas toda terceira quinta-feira do mês, no auditório da Igreja Sagrados Corações na Rua Mato Grosso, 1.167.

No dia 30 de agosto, dia nacional de conscientização da doença, uma equipe vai se reunir no calçadão para tirar dúvidas da população e ajudar a divulgar os trabalhos e ações em Londrina. 


Por Bruno Carraro 


Essa reportagem é uma republicação do Jornal Blitz (texto produzido e editado por Bruno Carraro)

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