Só em Londrina mais
de 300 pacientes são atendidos no Hospital de Clínicas
Não tem cura, mas tem
tratamento. 30 de agosto é o dia nacional de conscientização da esclerose
múltipla e pra quem não sabe a doença afeta principalmente pessoas entre 20 e
55 anos de idade. Ela é silenciosa e manifesta-se com problemas na coordenação
motora prejudicando alguns movimentos como nos braços e pernas e desenvolve
problemas na visão.
A Esclerose Múltipla
é um mal crônico que ataca o sistema nervoso central. É acometida por uma
pré-disposição genética. A doença é pouco divulgada muitos não realizam o
tratamento por ser de difícil diagnóstico.
De acordo com o
neurologista coordenador do Ambulatório do Hospital de Clínicas (HC), Dr.
Damácio Ramon Kaimen Maciel, o tratamento tardio pode gerar seqüelas
irreversíveis.
“Quando não se trata
de forma precoce a doença se torna crônica, e todos os pacientes que nós temos
hoje que apresentam seqüelas moderadas e graves que estão em cadeira de rodas,
são pacientes que demoraram para começar medicação”, alerta o neurologista.
Só em Londrina são
324 pacientes cadastrados que estão em tratamento no HC que se tornou
referência no atendimento à doença.
Segundo o
neurologista, Ramon Kaimen, a partir da percepção de sintomas como perda de
movimentos e visão turva, o médico deve ser procurado para fazer uma
ressonância magnética, exame indispensável para o diagnóstico da doença.
A doença não é
regenerativa e a partir do tratamento ela se estabiliza segundo Kaimen os
resultados são imediatos. “O tratamento é muito rápido, com medicação, depois
de 4 a 5 dias ele estará bem”, tranqüiliza o médico.
Dados
do Ministério da Saúde apontam que no mundo há pelo menos 2 milhões de pessoas
que sofrem de esclerose múltipla. No Brasil, esse número pode chegar a 36 mil
pessoas.
Para a presidente da Associação
de Londrina para Pacientes com Esclerose Múltipla (Alpem), Célia Bernal, a
associação, além de ajudar na alto-estima, facilita para que o governo atenda
as leis que protegem os pacientes.
“A Alpem passou a
existir porque quando eu comecei a me tratar, não tinha centro de referência no
estado, não tinha disponibilidade de medicamentos e os médicos daqui do Paraná
não sabiam me orientar e ninguém se importava com ela”, lembrou Célia.
A associação tem uma
página no facebook e segundo Célia facilita para pessoas de outras cidades do
país vir fazer tratamento em Londrina. Célia descobriu a
doença há 16 anos, após perda muscular e sentir muitas dores.
Já em Andréa Gonçalves,
a doença foi diagnosticada três anos após o primeiro surto. “Em 1997 apresentei
problemas e durante três anos fui atrás de tratamento, mas os médicos daqui de
Londrina ainda não sabiam o que era, ai tive que ir pra Curitiba, São Paulo pra
fazer outros exames, os médicos suspeitaram, mas só depois de um novo surto é
que foi diagnosticada a doença e assim comecei a fazer tratamento”, explica a
instrutora física.
Há alguns casos que
são diferentes. Andréa, em quase 14 anos em tratamento, apresenta algumas
debilidades motoras para exercer a profissão.
“Não consigo mais
auxiliar os alunos carregando pesos, ou demonstrando exercícios físicos para
eles, o meu corpo não agüenta”, complementa Andréa.
Apoio
aos portadores da doença
A Associação de Londrina
para Pacientes com Esclerose Múltipla – Alpem, atende em média 200 pessoas nos
grupos de apoio.
As reuniões com o
grupo de apoio da Alpem são realizadas toda terceira quinta-feira do mês, no
auditório da Igreja Sagrados Corações na Rua Mato Grosso, 1.167.
No
dia 30 de agosto, dia nacional de conscientização da doença, uma equipe vai se
reunir no calçadão para tirar dúvidas da população e ajudar a divulgar os
trabalhos e ações em Londrina.
Por Bruno Carraro
Essa reportagem é uma republicação do Jornal Blitz (texto produzido e editado por Bruno Carraro)
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